Artista
completo, Lasar Segall experimentou todas as formas de expressão de sua época.
Pintor, desenhista, gravador e escultor, foi um mestre do Expressionismo e
um dos introdutores do Modernismo no Brasil, vindo a ser um símbolo
para toda uma geração.
Nascido em
Vilna, capital da Lituânia, na época sob o domínio do Império russo, foi
discípulo de Antokolski, um dos mais importantes escultores russos do século
XIX. Com 15 anos, porém, instala-se em Berlim e frequenta a rigorosa Academia
Imperial de Belas Artes de Berlim, de onde seria afastado em 1909 por expor na
Freie Sezession ( Secessão Livre ), onde ganhou o prêmio Max Lieberman em um
período no qual sua obra esteve fortemente influenciada pelo impressionismo.
A partir daí se
transfere para Dresden, onde passa a frequentar a Academia de Belas Artes como
aluno-mestre, desfrutando de total liberdade de criação. É também aí que
acontece sua primeira exposição individual.
Em 1913, Segall
vem pela primeira vez ao Brasil, expondo em São Paulo e Campinas, onde
percebe-se já em sua obra uma forte influência do expressionismo do
grupo Die Brücke ( A Ponte ), de Dresden. No ano seguinte Segall seria
internado em um campo de concentração, experiência que iria representar mais
tarde em suas obras inspiradas pela Segunda Guerra.
No início dos
anos 20 Lasar Segall instala-se definitivamente no Brasil, naturalizando-se
depois de casar com Jenny Klabin, em 1925. A partir daí passa a ser uma das
peças centrais do Modernismo, atuando como um contraponto alemão às influências
francesas. E neste período que começam a surgir temas brasileiros em sua obra,
e as formas passam a ganhar contornos menos angulosos e tensos - mas sem perder
a característica expressionista. Mário de Andrade chamou este período de 'fase
da contemplação'. As personagens são agora mulatas, negros, marinheiros e
prostitutas. Tem grande atuação sob a vida cultural paulista neste momento,
fundando a Sociedade Paulista de Arte Moderna ( SPAM ), em 1932. Era amigo e
conselheiro de algumas das figuras mais importantes do Modernismo, como Mario
de Andrade, Geraldo Ferraz e Gregori Warchavchik - que projetou a casa onde
Segall viveu até sua morte. Além disso, passa a dar aulas e irá influenciar
toda uma geração de gravadores brasileiros.
Com a
aproximação da Guerra, porém, seu trabalho retorna aos temas trágicos. Lasar
Segall dizia que a obra devia ser despida de requintes estilísticos se quisesse
expressar o sofrimento humano de maneira profunda, e é isso que podemos ver nas
séries como Navio de Emigrantes e Pogrom.
No final de sua vida volta aos temas brasileiros,
pintando as séries 'Erradias' e 'Florestas'. Em 1951 tem lugar uma grande
retrospectiva no MASP, seguida de salas especiais nas I e III Bienais de São
Paulo e uma sala póstuma na IV, que foram as primeiras de uma série de
exposições que resultariam, mais tarde, na criação do Museu Lasar Segall,
instalado na casa em que viveu, no bairro da Vila Mariana.
www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo2/modernismo/artistas/segall/index.htm
www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo2/modernismo/artistas/segall/index.htm
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